terça-feira, 25 de abril de 2017






     Meu amor, minha estrela da tarde...

     Pergunto-me por onde andais e o que fazeis? Quão distante, quão incerto esse lugar e esse tempo que vos mantêm tão longe de mim.
     Hoje foi aquele dia que, sabeis, tanto prezo: o 25 de Abril. Gostaria de vos fazer saber que trouxe comigo um cravo ao peito, vermelho, do lado do coração, lado esse em que vós ainda habitais.
     Vi recentemente um filme (felicidade a minha se o pudesse ter visto em vossa companhia) que me trouxe à memória os primeiros momentos que vivemos juntos: Badlands, realizado por Terrence Malick. A ideia de um amor impossível e concretizável a um só tempo, em que os beijos e os olhares alimentam e fortificam o sonho e a vontade de o levar mais além – a sensação de uma primavera louca e permanente em cada segundo. Mas, também, a certeza do caminho ser bifurcado...
     Há até um momento, uma cena fugaz em que Martin Sheen e Sissy Spacek dançam na noite do deserto, iluminados pelos faróis do carro que deixaram ligado, aquela doce-áspera canção de Nat King Cole, A Blossom Fell... O prenúncio da separação: The dream has ended / For true love died...
     Estas últimas palavras não se adequam a nós, asseguro-vos; o que sinto a vosso respeito em nada mudou com o tempo, apenas ganhou força e forma, robustez, intocabilidade. E assim permanece.



     Permaneço,
     Barão K.


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