Meu amor, minha estrela da tarde...
Pergunto-me por onde andais e o que
fazeis? Quão distante, quão incerto esse lugar e esse tempo que vos
mantêm tão longe de mim.
Hoje foi aquele dia que, sabeis, tanto
prezo: o 25 de Abril. Gostaria de vos fazer saber que trouxe comigo
um cravo ao peito, vermelho, do lado do coração, lado esse em que
vós ainda habitais.
Vi recentemente um filme (felicidade a
minha se o pudesse ter visto em vossa companhia) que me trouxe à
memória os primeiros momentos que vivemos juntos: Badlands, realizado por Terrence Malick. A ideia de um amor impossível e
concretizável a um só tempo, em que os beijos e os olhares
alimentam e fortificam o sonho e a vontade de o levar mais além –
a sensação de uma primavera louca e permanente em cada segundo. Mas, também, a certeza do caminho ser bifurcado...
Há até um momento,
uma cena fugaz em que Martin Sheen e Sissy Spacek dançam na noite do
deserto, iluminados pelos faróis do carro que deixaram ligado,
aquela doce-áspera canção de Nat King Cole, A Blossom Fell...
O prenúncio da separação: The dream has ended / For true
love died...
Estas últimas
palavras não se adequam a nós, asseguro-vos; o que sinto a vosso
respeito em nada mudou com o tempo, apenas ganhou força e forma,
robustez, intocabilidade. E assim permanece.
Permaneço,
Barão K.
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